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quinta-feira, 7 de junho de 2012

A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA ESCOLA


Entre risos tímidos e algumas gargalhadas, vi nascer o sentimento, a alegria, o prazer, a descoberta,do outro e de si...Brincar, dançar, pular...Esse é o papel do professor, encantar-se para encantar...(Sandra Costa, 2007)

Percebemos hoje nas escolas, a ausência de uma proposta pedagógica que incorpore o lúdico como eixo de trabalho. Essa realidade do Brincar nas escolas leva-nos a perceber a inexistência de espaço para um bom desenvolvimento dos alunos. Esse resultado, apesar de apontar na direção das ações do professor, não devemos atribuir-lhe a culpa. Ao contrário, trata-se de evidenciar o tipo de formação profissional do professor que não contempla informações nem vivências a respeito do brincar e do desenvolvimento infantil em uma perspectiva social, afetiva, cultural, histórica e criativa.Vygotski (1988) indica a relevância de brinquedos e brincadeiras como indispensáveis para a criação da situação imaginária. Revela que o imaginário só se desenvolve quando se dispõe de experiências que se reorganizam. A riqueza dos contos, lendas e o acervo de brincadeiras constituirão o banco de dados de imagens culturais utilizados nas situações interativas. Dispor de tais imagens é fundamental para instrumentalizar a criança para a construção do conhecimento e sua socialização. Ao brincar a criança movimenta-se em busca de parceria e na exploração de objetos; comunica-se com seus pares; expressa-se através de múltiplas linguagens; descobre regras e toma decisões.São poucas as escolas que investem neste aprendizado. A escola simplesmente esqueceu a brincadeira. Na sala de aula ou ela é utilizada com um papel didático, ou é considerada uma perda de tempo. E até no recreio, a criança precisa conviver com um monte de proibições.Segundo o estudioso holandês Johan Huizinga (1980), não se brinca a não ser por iniciativa própria ou por livre adesão. Todo ser humano pode beneficiar-se de atividades lúdica. A brincadeira é transmitida à criança através de seus próprios familiares, de forma expressiva, de uma geração à outra, ou pode ser aprendida pela criança de forma espontânea. Contudo, nos dias atuais, com as moradias cada vez mais apertadas e os adultos envolvidos em seus afazeres, as crianças não têm um lugar para brincar e não devem atrapalhar o andamento do lar com seus brinquedos.Não dá para isolar o comportamento lúdico da criança. Ela brinca quando é para brincar, e não quando os adultos entendem que ela deveria brincar.Em qualquer época da vida de crianças e adolescentes e porque não de adultos, as brincadeiras devem estar presentes. Brincar não é coisa apenas de crianças pequenas, erra a escola ao fragmentar sua ação, dividindo o mundo em lados opostos: de um lado o jogo da brincadeira, do sonho, da fantasia e do outro, o mundo sério do trabalho e do estudo. Independente do tipo de vida que se leve, todos adultos, jovens e crianças precisam da brincadeira e de alguma forma de jogo, sonho e fantasia para viver. As escolas precisam reconhecer o lúdico, a sua importância enquanto fator de desenvolvimento da criança. Entre alguns desses fatores destaca-se:*Facilitador da aprendizagem;*Colabora para uma boa saúde mental;*Desenvolve processos sociais de comunicação de expressão e construção do conhecimento;*Explora a criatividade*Melhora a conduta e a auto-estima;*Permite extravasar angustias e paixões, alegrias e tristezas, agressividade e passividade.Diante de tantas possibilidades, é fundamental que o educador seja mediador em todo o processo, criando na sala de aula um cantinho com alguns brinquedos e materiais para brincadeiras. Na verdade qualquer sala de aula disponível é apropriada para as crianças brincarem. Podemos ensinar as crianças também, a produzir brinquedos. O que ocorre geralmente nas escolas é que o trabalho de construir brinquedos com sucatas, fica restrito às aulas de arte, enquanto professores poderiam desenvolver também este trabalho nas áreas de teatro, música, ciências etc., integrando aos conhecimentos que são ministrados.Tudo isso é possível quando estamos abertos para buscar novos caminhos. Precisamos, enquanto educadores nos colocarmos como participantes, acompanhando todo o processo da atividade, mediando os conhecimentos através da brincadeira e do jogo, afim de que estes possam ser reelaborados de forma rica e prazerosa.


REFERÊNCIAS
HUIZINGA, JOHAN, Homo Ludens. (São Paulo-SP, Perspectiva, 1980).
Vygotski, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 2. Ed,1988.
REVISTA CRIAR, "Brincar = Aprender: Uma reflexão sobre o ato de brincar", Editoa Criarp; nº- 10, p. 10 a 13 julho/agosto, São Paulo,2006.


PROJETO DE PESQUISA: O BRINCAR

O BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Linha de Pesquisa: Brincar, desenvolvimento e aprendizagem
Título: A importância do brincar na Educação Infantil

APRESENTAÇÃO
A brincadeira na vida da criança é muito importante, pois é um processo de mediação entre a criança e a realidade. Brincar é indispensável à saúde física, emocional e intelectual, por isso, o lúdico deve está presente na vida das crianças como uma atividade diária.
As crianças hoje estão entrando mais cedo nas escolas, devido ao mercado de trabalho para as mulheres que cresceu muito, e por conta disso, as mães precisam deixar seus filhos, cada vez mais cedo, nas escolas de Educação Infantil. Por conta disso, os pequeninos que ingressam antes do tempo nas escolas, perdem uma característica da infância muito importante que é “o brincar”, pois não sobra tempo, pois precisam se acostumar com a nova fase, acordar cedo e ficarem horas longe de casa.
As escolas de educação Infantil precisam disponibilizar um tempo para essas crianças, resgatar o lúdico como um dos conteúdos, pois é na escola que elas têm o espaço livre e adequado para correr e pular, brinquedos diferenciados disponíveis para utilizar, e desenvolverem sem perder esse momento importante da infância.
Segundo a Secretaria da Educação (2006, pág. 46). “A brincadeira para as crianças possuem sentido próprio, portanto, o ato de brincar deve ser preenchido pelo prazer e pelo divertimento, de forma espontânea e criativa”.
Há escolas que não têm espaço disponível para fazer atividades lúdicas com as crianças, e raramente essa atividade tão importante é colocada em prática. Muitas professoras alegam que não dá tempo de fazer brincadeiras fora da sala de aula, ou até mesmo, não conseguem desenvolver as atividades lúdicas, devido à classe lotada e sem controle.
Muitos pais não estão de acordo com as escolas de educação infantil, pois dizem que não se ensina nada, e os filhos só brincam para passar o tempo, mas é brincando que a criança também aprende. Brincar não é simplesmente “passar o tempo” e sim, a possibilidade de desenvolver a aprendizagem através de várias habilidades que ajudaram a criança na fase adulta.
Ao observar uma criança brincando, o adulto pode compreender como ela vê e constrói o mundo, como gostaria que fosse e o que se passa com ela, por isso, é muito importante que a criança ao brincar, seja observada pela professora, pela família e quem a cerca, pois certamente descobrirão coisas que muitas vezes, a criança não conta, e que através da brincadeira acaba revelando.
“É no brincar, e talvez apenas no brincar, que a criança ou adulto fruem sua liberdade de criação”. (Winnicott, pág. 88).
A criança que não tem a oportunidade de brincar desenvolve menos vínculos afetivos, não consegue lidar com a perda, ficam violentas e sujeitas a se envolverem com drogas, além de tornarem-se adultos com sérios problemas de saúde como: depressão, obesidade, diabetes e stress.

JUSTIFICATIVA

A escolha do meu tema como trabalho de conclusão do curso de Pedagogia “O brincar no desenvolvimento da criança” surgiu devido à importância do lúdico nas escolas de Educação Infantil, para que as crianças possam aprender e se desenvolver com saúde.
Esse projeto vem esclarecer a importância do brincar para o desenvolvimento da criança durante a infância, estimulando a escola a resgatar brincadeiras que possam desenvolver a coordenação motora, o raciocínio, a criatividade e imaginação dos alunos.
Durante a minha infância era muito comum ver crianças brincando nas ruas, na maior alegria, pulando, correndo, gritando, aprendendo umas com as outras através da interação nas brincadeiras.
E hoje é muito difícil ver isso acontecer, pois os pais têm medo de deixar os filhos soltos na rua, por causa da criminalidade que vem assustando e fazendo vítimas inocentes. Por conta disso, as crianças ficam sem se exercitar, tornando-se sedentárias dentro de casa, em frente à televisão, o computador e games, perdendo assim, a liberdade de se expressar, usar a imaginação e aprender interagindo com as demais crianças.


PROBLEMATIZAÇÃO
As pesquisas indicam que cada vez mais, as brincadeiras que favorecem o desenvolvimento da criança estão sumindo no âmbito escolar, e até mesmo os profissionais da área não buscam introduzir o lúdico como das ferramentas essenciais para o crescimento saudável das crianças, em seus conteúdos dados em sala de aula.
Durante a observação no estágio de Educação Infantil surgiram alguns questionamentos que nos fazem refletir sobre:

• Qual a importância do brincar?
• O que o brincar proporciona ao desenvolvimento da criança?
• Como introduzir as brincadeiras aos conteúdos em sala de aula?
• Qual o papel do educador na mediação das brincadeiras?




OBJETIVO

Diante dos problemas levantados, podemos ressaltar que este projeto tem os seguintes objetivos:

Objetivo Geral

Este projeto de pesquisa tem por finalidade esclarecer a importância do brincar no desenvolvimento da criança na educação infantil, como processo de desenvolvimento motor, afetivo e a aprendizagem.

Objetivos Específicos

• Esclarecer a importância do brincar

• Resgatar o lúdico na Educação Infantil

• Apresentar o lúdico como ferramenta para o aprendizado


HIPÓTESE
A hipótese sustentada neste trabalho é a importância do brincar para o desenvolvimento da criança e a conscientização dos professores, para o fato de proporcionar aos alunos um aprendizado de forma lúdica, para que os alunos possam assimilar os conteúdos propostos em sala de aula com as brincadeiras medidas pelo professor, proporcionando de uma maneira diversificada e divertida o aprendizado, ajudando no desenvolvimento da criança na saúde física e na construção da sua identidade na sociedade.

METODOLOGIA

O Projeto de Pesquisa será feito através de levantamentos bibliográficos de autores que falam sobre o tema proposto, buscando adquirir informações e explicações para solucionar as dúvidas que surgiram diante da escolha do tema, no qual esclarecerá os principais problemas enfrentados na educação infantil com relação ao brincar.
Será feita uma pesquisa de campo com educadores da área da educação infantil, para saber quais os procedimentos utilizados por eles, para mediar às brincadeiras e resgatar o brincar como forma de aprendizado, interligando os conteúdos propostos pela instituição escolar.
O trabalho elaborado será redigido, para que possa servir de pesquisa e incentivo aos educadores que não utilizam o lúdico no processo de ensino-aprendizagem, e ajudar os que estão em busca de respostas, para ajudar crianças no seu processo de desenvolvimento.

REFERENCIAL TEÓRICO
Ao brincar, a criança se expressa voluntariamente, faz uso da sua imaginação e criatividade, atividades lúdicas que futuramente permitirá ela assumir e desenvolver sua personalidade e autonomia.
Segundo a Secretaria da Educação (2006, pág. 45). “brincar é uma atividade essencialmente humana, principal modo de expressão da infância”.

Atualmente a sociedade está modernizada com o avanço da tecnologia, e isso, tem distanciado ás crianças da rua, onde elas têm a oportunidade de interagir e se socializar através das brincadeiras, pois é na rua que a criança tem oportunidade de correr livremente, criar de forma espontânea suas ideias e se socializar umas com as outras. Nas palavras da autora:
Brincar na rua é um aprendizado e uma oportunidade para a criança interagir com outros parceiros e desenvolver jogos nos quais a atividade física predomina. (FRIEDMANN 1996, pág. 15).

As crianças ao brincarem usam a imitação para recriarem personagens que já viram, transformando o real para o seu mundo, através da imaginação, pois expõem suas ideias e liberam a criatividade. Quanto à imitação transformada, o PCNEI afirma que:
Toda brincadeira é uma imitação transformada, no plano das emoções e das ideias, de uma realidade anteriormente vivenciada. Isso significa que uma criança que, por exemplo, bate ritmicamente com os pés no chão e imagina-se cavalgando um cavalo, está orientando sua ação pelo significado da situação e por uma atitude mental e não somente pela percepção imediata dos objetos e situações. (PCNEI 1998, V1, pág. 28).

Seja qual for à brincadeira por mais simples que pareça ajudará a criança no seu desenvolvimento, visando sempre o processo de aprendizagem de cada um, dando oportunidade para que isso ocorra de forma simples e espontânea, pois a brincadeira para a criança tem um sentido próprio e por isso, deve ser um momento de divertimento e prazer.
Winnicott (1975) nos relata que a criança para crescer com saúde e ter um bom relacionamento grupal e social é necessário que brinque:
“O brincar facilita o crescimento e, portanto a saúde; o brincar conduz aos relacionamentos grupais.” (WINNICOTT 1975, pág. 70).
Se as crianças não tiverem a liberdade para se expressar e usarem a criatividade, dificilmente poderão desenvolver sua autonomia e personalidade própria, pois estarão presas às regras e exceções, que limitarão sua capacidade de criar e o espaço para se desenvolverem.
Para a autora Kishimoto (1999, pág. 11) “portadora de uma especificidade que se expressa pelo ato lúdico, à infância carrega consigo as brincadeiras que se perpetuam e se renovam a cada geração”. Portanto, a forma como a criança se expressa brincando é única e varia de acordo com cada ambiente, espaço e cultura, mas permanece a importância que ela tem, para o crescimento saudável e uma forma de aprendizado atrave´s da expontaneidade e criatividade de cada criança ao brincar.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília, MEC/SEF, V1. 1998.
FRIEDMANN, Adriana. Brincar: Crescer e aprender- O resgate do jogo infantil. São Paulo, SP: Moderna, 1996.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogos Infantis - O jogo, a Criança e a Educação. Petrópolis, RJ: Vozes.1999.
SÃO PAULO, Prefeitura da cidade de. Tempos e espaços para a infância e suas linguagens nos CEIS, creches e EMEIS da Cidade de São Paulo- Educação Infantil. Secretaria da educação, 2006.
WINICOTT, Donald Woods. O Brincar e a Realidade. Rio de Janeiro: Imago, 1975.