quarta-feira, 19 de maio de 2010

SOROBÃ

Sorobã ou ábaco: instrumento milenar de sabedoria


O ábaco foi inventado pelos romanos. E é justamente das pedrinhas que os formam que vêm palavras como contas, contar, cálculo e calcular. Muitos anos depois, em 1541, os portugueses aportaram no Japão e levaram consigo os jesuítas com seus ábacos que foram muito bem recebidos por lá. Enquanto isso, no ocidente, a adoção dos algarismos arábicos quase levaram esses instrumentos ao esquecimento.
Imaginem ainda que quando Jesus nasceu em Belém estava sendo feito um censo e deveriam existir formas dos romanos fazerem contas que não haveriam de ser com algarismos romanos. Nesse período eles já usavam ábacos, pois sempre foram muito organizados, inclusive, na cobrança de impostos e nas transações comerciais.
Com o advento dos algarismos arábicos, especialmente com a noção do zero, puderam-se fazer contas na ponta do lápis, ou a bico de pena, se o leitor preferir. É que, com os algarismos romanos, colocar parcelas, umas sobre as outras, não significava nada, pois os números não tinham a correspondência espacial que a noção do zero nos trouxe.
O uso de algarismos arábicos deixou o ato de contar extremamente visual, inclusive as "escadinhas" que se fazem nas operações de multiplicação e divisão, dificultando o entendimento por crianças cegas de nascença. O uso do cubaritmo é a transposição do método visual para o tátil sem a correspondência no imaginário do aluno, tornando o ato enfadonho, lento e absolutamente antinatural. O sorobã adaptado, ao contrário, aumenta a capacidade de abstração da criança, a ponto de, sem o ter nas mãos, simplesmente imaginando as bolinhas subindo e descendo, poderem fazer quaisquer contas mentalmente.
Duas são as condições para isso acontecer. A primeira é que a adaptação seja bem feita, o que é raríssimo ultimamente. A segunda é que a técnica ensinada seja a correta, o que também não é comum aqui no Brasil, especialmente porque os professores costumam aprender em instituições que desconhecem ou não se atém ao assunto.



Para poder explicar como se faz uma adaptação correta, é preciso que se entenda seu funcionamento. Trata-se de uma moldura com, em geral, vinte e uma barras verticais que servem de eixo para as contas. A dois terços da altura, há uma barra horizontal. Acima dela, há uma conta em cada eixo que, se baixadas até tocar a barra valem 5 e se tocando a parte superior da moldura nada valem. Na parte de baixo, em cada eixo, há quatro contas. As que forem empurradas para cima valem 1 cada, de sorte que se todas as de baixo forem levantadas e a de cima for baixada, temos o valor de 9. Aqui entra um conceito muito interessante, o valor binário. Se empurrada, a conta está ativa, se em repouso, não vale nada, exatamente como se faz nos computadores.
O ábaco pode ser um ótimo recurso pedagógico para a aprendizagem da matemáticaOs adaptados aqui nunca funcionaram bem porque, ao invés de uma espuma, põe-se uma manta de borracha. Ela deixa o ábaco duro demais quando novo, a ponto de não se conseguir mover rapidamente as contas, e, quando a manta fica mais gasta, por não possuir efeito de mola, deixa de fazer pressão sobre as bolinhas, tornando-as tão soltas quanto as que se encontram nos ábacos sem adaptação. Na verdade, adotando-se a idéia de desenho universal, todos os ábacos deveriam ter forração de espuma de borracha, pois ela não atrapalha quem enxerga e queira usar um ábaco.






Entendendo o Sorobã
O Soroban utiliza a base decimal para representar os números.
Antes de representá-los, precisamos entender sua estrutura:
- Haste do meio: divide o Soroban em parte superior e inferior;
- Parte superior;
- Parte inferior;
- Hastes verticais: por onde movimentam-se as contas;
- Pontos de referência: para localizar as ordens de cada classe;
- Contas superiores: cada tem valor numérico 5;
- Contas inferiores: cada tem valor numérico 1;
- Moldura: geralmente de madeira ou de plástico.




Para somar parte-se, assim como nas antigas máquinas, de uma parcela e vão-se escrevendo as demais por cima das anteriores, sempre da esquerda para a direita, usando um algoritmo simplíssimo, que vale para sempre que não houver espaço para empurrarem-se as bolinhas equivalentes à parcela entrante.









































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